31.12.10

Filmes bacanas nas férias: Outrage


A história começa com Sekiuchi (Kitamura Soichiro), chefe da Sannokai, um sindicato do crime organizado enorme que controla toda a região de Kanto. Sekiuchi emite um aviso para o seu tenente Kato (Tomokazu Miura) e seu braço-direito Ikemoto (Kunimura junho), cabeça do Ikemoto-gumi. Kato ordena Ikemoto a organizar a bagunçada gangue Murase-gumi e ele imediatamente passa a tarefa para seu subordinado Otomo (Beat Takeshi), que administra sua própria gangue.
Os filmes de Yakuza do Beat Takeshi são bons até dizer chega. Este é o mais recente ao que parece.

30.12.10

Vulcão


Noite sulfurica...
Calor... Calor. Calor.

364 dias


Não precisa muito para que eu fique feliz não...
As vezes me sinto aquele cachorro vira-lata que cai da mudança e fica perdido. Mas olha que surpresa alguém para o caminhão e retorna me coloca em cima do sofá novamente e sigo o caminho.
Definitivamente não precisa muito para me fazer feliz. Um pouco de sinceridade. Notar um ou outro talento que eu a exaustão escondo. E disfarçar com bom humor a série de erros que fazem ser como sou (de bom tom, também com outras pessoas).
Inegavelmente não precisa muito para me fazer sorrir. Um abraço. Somente um abraço e um beijo esperado e cá estou eu, menino com o joelho esfolado mas alegria de estar vivo estampado no rosto...
Com tantos defeitos, erros e desassosegos da alma talvez notem que brilha em mim algo bom. Algo maior as vezes do que a minha capacidade de compreensão das situações. Algo que me compele a agir e a me desculpar uma segunda e terceira vez, pelo simples fato de ter em mente que magoar alguém que me faz tão bem, dói. Eu não seguro as lágrimas para deixar sair essa luz em mim, mesmo quando tudo mais me diz que eu devia não fazê-lo. Pouco me importa a razão, por 364 dias eu a desafio. Desafio...
Provar que eu me sentiria mais vivo fazendo o oposto do que faço. Na prova dos nove, eu já colhi o suficiente do resultado amargo do outro lado da resposta...
Esse brilho em mim, as vezes pulsa, bate e ensurdece. Ganha vida. Esse brilho em mim atende por nome, tem endereço, CPF e todas as coisas práticas que fazem a vida mais "fácil", ou melhor dizendo palatável.
Me desculpo uma, duas, três vezes. Pergunto uma, duas, três vezes... não porque eu tenha medo da solidão ou da perda, coisas indissociaveis da minha vida por tanto tempo. Eu o faço, porque pela primeira vez... a simples razão não me convence. E por 1 dia me permito ser o chato, louco, bobo... infinito.

27.12.10

Som das férias: Black Keys




Da série filmes nas férias: Zatoichi

Japão, século 19. Zatoichi (Takeshi "Beat" Kitano) é um andarilho cego que sobrevive como massagista e jogador de cartas, mas por trás de sua aparência humilde esconde-se um espadachim de raro talento. Numa de suas andanças ele chega a uma aldeia dominada pelo sanguinário bandoleiro Ginzo (Ittoku Kishibe), que, com a ajuda do samurai Hattori (Tadanobu Assano), seu capanga, elimina quem se oponha a seus objetivos. O embate entre Zatoichi e a quadrilha de Ginzo torna-se inevitável quando o cego conhece duas gueixas que desejam vingar a morte dos pais.
Vou aproveitar o tempo e fazer uma maratona do Beat Kitano. Ver de novo o Hana-bi, Brothers...

Ocean Heaven


Acordei. Movi o braço lentamente tentando não deslocar sua cabeça. Queria começar o dia de forma diferente. Colocando as pernas para fora da cama, busquei os chinelos. Sentei. Você não acordou. Que bom resmunguei comigo mesmo. Podia voltar, me aconchegar novamente e dormir mais um pouco. Mas não consigo. Ou consigo ? Deito novamente ao seu lado, desajeitado, minha mão acariciando seus cabelos. Engraçado você dormir assim. Os olhos meio abertos, piscando rapido, sonhando. Entre a realidade e a fantasia. Gostaria de saber onde me encaixo.
Enfim levanto. Saio pelo corredor e abro a primeira janela que vejo. O dia ainda nao chegou, esta escuro, mas mesmo essa tenue luz me deixa zonzo. Desequilibro, sinto nauseas e volto procurando abrigo. Mas o quarto esta longe. Sento na sala no tapete. As pernas curvadas, resgatando a intimidade com meus pés. Penso que crescer é perder a intimidade com os dedos dos pés. Ainda ontem, criança eles não saiam de vista, fosse na idade mais tenra do contato com a minha boca, fosse dos muitos machucados das peladas nas ruas. Cresci, e eles ficaram distantes. Quando morrer então eles estarão tão longe quanto as estrelas, rijos, perpetuos em esquadro final.
Tentei fumar por diversas vezes, esses anos. Mas ainda odeio cigarro. Na hora até é agradavel, mas ressaca com gosto de tabaco é um soco na alma no dia seguinte. Preferia o gosto do beijo recente. Ela ainda dorme. Uma bebida, um pedaço de papel e caneta. Faço esforço para levantar-me de onde estou, mas ainda estou tonto pela luz do dia que se avizinha. Ganhei tanta intimidade nos olhos para o ambiente que deixei a pouco que pouco me importa o resto do mundo. Nesse meu pequeno paraíso. Escrevo a primeira frase. Achei melhor sequer voltar a ela. Se der muitas voltas eu não tomo coragem de dizer. E passei tantos anos as voltas com as repetições infinitas dos sentimentos que eu guardei para você. A minha cabeça ferve. Tantas coisas. Para ser ao menos mais simpatico coloco a segunda frase e a ela retorno numa leitura que guardou um singelo respeito : "Gosto quando usa batom vermelho, combina com seu rosto alvo e seus cabelos igualmente rubros. Gosto dos seus olhos cor de mel". Paro um instante tomo um gole de um bourbon qualquer da cristaleira, que consigo alcançar com meus pés (esses meus grandes amigos). A terceira, a quarta e a quinta frase. Paro e me contenho. Acho tudo uma grande repetição das coisas que passei a dizer em tom de oração. Queria poder fugir disto. Mas ao que parece novamente o "eu amo você", me volta em tom de redenção desta minha alma. Rabisco o papel, como se cortasse da minha propria carne, tentasse tirar a marca indelevel de como sou seu. E você ainda dorme. E sonha.
Escrevo. Entre goles e golpes da caneta.O plano inicial era ter um cartão, um rascunho do que eu deveria te dizer, um molde desta minha alma para deixar para você. Mas tornou-se um texto, com tantos erros, acertos e possibilidades, quanto as que você me permitiu viver todos estes anos. Anos...
De minutos, para horas. De horas para dias. De dias para meses. De meses para anos e eu ainda busco em mim a resposta para o porque gosto tanto de você. Por que me permiti tanto ?Por que os inumeros bailes em que pisei no seu pé ? Por que todas aquelas reuniões em que dei um e outro fora. E os trabalhos em que só você conseguiu me animar e dar alento, me pergunto, novamente, "por que eu te amo assim ?". E o papel rabiscado, meio amassado agora ganha um borrão que uma lágrima faz. Habito que eu não conseguirei mais corrigir. Quando as palavras faltaram todos estes anos, as lágrimas falaram muito mais do que eu tinha planejado. Chego ao paragrafo final, e leio, tranquilo... com um sono. E cada vez mais incomodado pela luz, do dia que chega.

"Meu grande amor. Hoje é meu último dia de vida. Como bem sabe, estamos todos assim marcados, com esta marca de Caim. Deixamos o paraiso e como ultima dadiva das muitas que tinhamos, nascemos já conhecendo o dia em que iremos morrer. Todos estes anos eu vivi ao seu lado, pensando qual seria a sua data. No começo quando combinamos de não contar , de sequer comentar a respeito do assunto, eu consenti, mas todos este tempo vivi com um peso de não ser o suficiente. Eu tentei te amar ao limite do que eu era e do que eu sou, para não perder um instante desta vida. E por fim vejo que o meu dia chegou e o seu não. Daqui a alguns minutos quando você despertar eu estarei aqui. De forma resoluta, perpetua e tão intransigente quanto todos os meus caprichos, eu estarei aqui. Uma última vez tento inovar o que tantas vezes chegou a te aborrecer... esse gostar simples e sincero. Talvez acerte. Talvez resgate um sorriso deste seu rosto. E de tudo o que eu poderia dizer, não há nada melhor do que isto, que eu aprendi com estes anos ao seu lado... a unica verdade : quando você desperta para este mundo, sou eu quem sonha ao seu lado.

P.S.: Seu omelete é o melhor do mundo "

26.12.10

Dos contos de fadas inusitados : Fada dos dentes

Desenhos politicamente corretos ao extremo - Tom & Jerry

Da série filmes nas férias :Chuva de milhões

Montgomery Brewster (Pryor) é um jogador de beisebol quebrado que se descobre o único parente vivo de um excêntrico multimilionário (Hume Cronyn). Monty tem a chance de herdar US$ 300 milhões, mas somente se puder gastar US$ 30 milhões em um único mês sem adquirir bem algum. Se fracassar, voltará à estaca zero.

How deep ?


" - Tente !"

Se pudessem ler minha mente em momentos desconcertantes, e situações em que não tenho lá muito controle, encontrariam em destaque essa frase. Não tenho me negado nos ultimos meses a tentar...
Tenho tentado. Ainda não parei para refletir todas as mudanças, dificuldades, alegrias e tristezas do caminho de 2010. Mas uma coisa é inegavel, eu tenho tentado... com mais força e com mais vontade do que em muitos outros momentos da minha vida.
Me agarrei a felicidade com a mesma intensidade com que enfrentei as dificuldades.
Tenho tentado...
Ser mais tranquilo. Ainda que eu guarde em mim um pessimismo como qualquer outra pessoa. Eu tenho tentado... e tenho gostado de tentar.
Fiz o meu melhor. Mesmo quando eu tinha absoluta certeza das minhas limitações eu fiz o meu melhor.
Eu preciso crescer. Em tantos sentidos. Eu nunca fiquei estacionado na vida. Mas viver sozinho abre uma grande margem a egoismos e falta de foco. Eu sempre considerei o meu crescimento pessoal um fato importante. Sedimentado pela presença de pessoas vitais. Esses que calmamente entram na minha vida para não mais sair. Neste ano descobri que por eles tambem eu devo tentar...
Mesmo sem ritmo. Mesmo sem jeito. Mesmo bobo e tropeçando. É tudo o que eu posso fazer e é tudo o que eu devo fazer. Nesse e em todos os outros anos a frente ainda.
Eu só não quero mais ouvir com o som da minha própria voz este, "tente". Quero ouvi-lo sussurado docemente ao ouvido.

" - Tente ! Eu acredito em você."

24.12.10

Natal


Esse silêncio pela casa... saudade, tristeza e azeitonas.

11.12.10

La nostalgie partout

La nostalgie partout...

28.11.10

Depois de tantos anos, enfim ganhando intimidade com a História


3 - Três


Tenho cada vez mais certeza que a real felicidade é aquela que construimos. Com erros, acertos, dificuldades, mas a nossa singular felicidade...
E no final a única insatisfação é a do tempo que se dobra em si mesmo e encerra um dia bom.
Conto os segundos pelo que vem adiante...

21.11.10

And now we fall ... but stand up because this is the greatest love


Agora a gente cai...mas levantamos porque este é o amor maior.
Meus olhos se enchem da mesma substância dos sonhos dos poetas todas as vezes em que me vejo perdido no seu abraço. E o encontro... cada novo encontro tem a suavidade de uma brisa em um dia quente e o peso que tem a criança para a mãe.
Sou muitos. Para alguns sou nada. Das escolhas que pude fazer, escolhi ser o homem que te amava, quando os signos conspiravam e nublavam seu semblante. É alvorada dos sentimentos... é tempestade de palavras. É o meu amor maior. Na passagem da tormenta, me descubro vivendo noite. A sua chegada é a chegada da primeira estrela...
É noite. E também alvorada. Confusão das horas de saudade.
E homem e menino sonham. A tempestade encanta, como encanta o brilho repleto de vida desses olhos que perfuram o véu da noite, e o coração anuncia a chegada daquela que durante todo o dia me acompanha nos sonhos de dias infinitos para este sentimento. Na revolução que se coloca contra o tempo a verdade... a única verdade.
Mariane. Este é o amor maior.

17.11.10

Na imensidão do quarto... Aquela vontade de ouvir sua voz. De como reparei na formiga no canto.


- Eu sou feliz, como aquela formiguinha escondida cruzando o seu quarto agora...
- Nem repara, ela la no canto !
- Oh, oh ! Deu um pulo.
- Escutou ?
- Como nao ?
- Hoje ela esta com um sapato italiano último grito entre as formigas. Esse tipo de felicidade convicta entre as formigas...
*******************************************************************************
E veio a pergunta :
"- Posso pisa-la ?"
- Poder pode... mas e as prestaçoes do sapato ? Faltam 10 ainda...
- Poder a gente pode a todo tempo. Sem querer as vezes... acabar com a alegria das formigas, trocar o açucar por sal no açucareiro. Essas pequenas maldades que as formigas ignoram porque andam felizes demais, e que deus cochicha para algum anjo:
" - Eh bicho bobo, andar feliz com as outras quatro patas descalças..."

10.11.10

Splash


(..)
isto não é um poema.
poemas são um tédio,
eles te fazem
dormir.

estas palavras te arrastam
para uma nova
loucura.

você foi abençoado,
você foi atirado
num
lugar que cega
de tanta luz.

o elefante sonha
com você
agora.
a curva do espaço
se curva e
ri.

você já pode morrer agora.
você já pode morrer do jeito
que as pessoas deveriam
mo-rrer:
esplêndidas,
vitoriosas,
ouvindo a música,
sendo a música,
rugindo,
rugindo,
rugindo.

Charles Bukowski

Aquela aula bacana

7.11.10

Cumbersome


Ela faz falta.
Ela faz muita falta. Não é uma dependência maluca ou subserviente. Pelo contrário, o ar que a circula inspira tanta liberdade (uma das muitas coisas nela que eu amo). Mas a falta é sentida...
Meu dia está indo assim, caminhando em direção ao seu crepúsculo. Vou assim equilibrando em mim esta vontade de sair correndo, diminuir as distâncias...
" - Oi."
Tenho esse amigo que adora a produção do Paulo Leminsky e para provoca-lo sempre comento que um poeta que não faz muita rima é meio poeta. Idiossincrasia e blasfêmias minhas a parte, eu reconheço onde o tom do Leminsky se aproxima do James Joyce, é assim no silêncio, nas ausências, no ponto final que perturba. O hiato presente nesse dia, entre a espera e o temor do vício só fazem as horas passarem ainda mais devagar.
No final de tudo, as vezes eu complico a vida dela, mas a força que está presente quando estamos juntos é arrebatadora. Sentida na ausência, eco em toda a existência.
Eco em mim, de tudo de bom que faz o dia brilhar. Melhor dizendo, fazendo justiça e para desencargo de consciência, como apropriadamente escreveu Leminsky:

"pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando"

Isso de querer
ser exatamente
aquilo que a
gente é ainda
vai nos levar
além

Futuros Empregos - Opção nº 5.698 - Rede de Lanchonetes do Almirante Ackbar

2.11.10

Aquelas pequenas coisas pelo caminho para sorrir.



De como pedi a intervenção de Neruda, para que você confiasse e segurasse minha mão, quando o som do trovão surgisse


Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Over there



"Não tenho lágrimas o suficiente para dizer o quanto dói isto."
De modo geral é esse o primeiro pensamento que passa pela minha cabeça, quando me deparo com alguma situação maior do que as minhas forças. Não sou alguém metódico ou um hábil estrategista. De modo geral estabeleço um desafio para comigo mesmo e tento alcançar o objetivo final quando este se mostra bom. E sim, quando existe um problema no percurso, eu me questiono sobre como isso me abalará. E sim, as vezes descubro em mim a falta de lágrimas para expressar o quanto a dor é profunda. O diferente destes últimos anos é a tentativa. As lágrimas podem até não atingir a real dimensão de como eu me sinto, mas elas não mais se ausentam...
Quando um problema tem forma, rosto, dimensão que o seja, pode até ser que não seja superado, mas ao menos dá a chance de um combate aberto. E eu por mais que não busque confrontos, jamais me desviei de um problema. Quando o problema é na alma alheia o que fazer ? O que fazer ? Como fazer ? Brigar ? Chorar ?
A ausência...
De tantos questionamentos. Só me restou a profunda certeza. Resoluto.
"Não tenho lágrimas o suficiente para dizer o quanto sua ausência doeria."
Na alma alheia, este preconceito que entorpece os sentidos, turva o carinho, cria distancias e caminhos errôneos não permanecerá, visto que tenho lágrimas (e sorrisos) suficientes para fazer peso em toda a criação.
Em mim existem agora todas as idades. Sou criança brincando de ser dono da rua, correndo em volta dela. Sou homem agitando uma bandeira tremulando ao vento dos desafios a frente. E a noite (e que seja noite para esse medo), sou um sábio que viveu 1.000 anos e não encontrou maior motivo para a existência do que ver a mulher amada em sono tranquilo. E o coração que deveria ecoar pelo quarto o som final da última batida, permanece...
"Não tendo lágrimas o suficiente para dizer o quanto eu te amo, permaneço mais um dia e vejo em você minha manhã. E o medo se foi. E a lágrima única que escorre pela minha face é de felicidade que o coração já denunciava. "
Por mais que ninguém note. Por mais que o preconceito jamais se desfaça. Por mais que todas as lágrimas não bastem, uma única, rolando a face, seguida de um sorriso terá a capacidade de dizer tudo.

24.10.10

Um motivo para sorrir


"Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa."

Carlos Drummond de Andrade

Vintage Fuck Yeah !

Wanted dead or alive

Pausa para um concurso cultural

23.10.10

Pausa para um comentário sagaz e elucidador do momento atual


Cara !

Smiling dog


Sai para correr esta manhã. Seguido de perto pelos problemas.
Pelo caminho vi um cachorro que sorriu para mim.

Táxi Driver


- You talkin' to me ?

- You talkin' to me ?

- You talkin' to me ?

- Then who the hell else are you talkin' to ?

- You talkin' to me? Well I'm the only one here.

- Who the fuck do you think you're talking to ?

Pausa para uma charge

Uma oração pelo meu coração


Não lhes posso tirar a razão...
Quando paro e penso sobre o que tinha no peito. O que de verdade carregava comigo... tristeza e saudade.
Mas tenho vivido tempos bons. Eu não confiava muito nas pessoas. Sempre achava que encontrariam um jeito maluco de me magoar ou de simplesmente colocarem seus próprios interesses acima dos meus ( o que não é lá de todo incompreensível). Mas... eu realmente amo esses que enxergam em mim além da carne, cor e sonhos. Os que sinceramente acreditam em mim, quando eu mesmo já não tenho forças. E pasmén... eu tantas vezes me encontro perdido.
Meu norte é o coração. E quando dói eu o escondo no mais profundo vale. Eu escondo meu coração do mundo. E faço cara de poucos amigos (ou amigo nenhum). E mostro os dentes em momentos de coléra. E escondo esse coração no mais profundo lago das lágrimas que eu já derramei ( e tantas outras ainda virão).
Eu estou perdido sabia ?
Eu sempre achei que não conseguia muito me encontrar na vida. E aqui e ali fui só fazendo o mais simples e verdadeiro. Vivendo.
Algumas vezes, sem porto. Outras caminhando sem rumo e por vezes, rodopiando no mesmo lugar em sentido horário. Mas eu realmente nunca parei. Sempre procurei... acabei procurando meu coração que eu escondi do mundo e de mim mesmo.
Já pensei tê-lo encontrado em dias de chuva, quando a cidade corria apressada e eu caminhava ao sabor do dia que passava. Rumo a uma forte gripe pelo fim de semana.
Já pensei tê-lo encontrado no meu trabalho, fosse qual fosse designação que este assumia e em razão de qual fosse o novo pronome de tratamento a ser utilizado : "Vossa excelência data máxima vênia" ( o meu favorito).
E já pensei ter encontrado em amores pelo caminho. Mas é dificil amar sem um coração (acreditem !).
E procurei vocês.
Quando desisti do meu coração procurei vocês.
Quando o desespero, como de criança que segura os dedos dos pais em noite de chuva se avizinhava, eu procurava vocês, sem o meu coração.
E de tanto procurar eu enfraqueci, esqueci por qual nome chamar minha liberdade e o calor do carinho. E ambos coração e amor se viram perdidos em mim.
Achei que não havia sobrado bondade. Mas os amigos me lembravam de meu erro. Fui encontrado.
Achei que não havia sobrado ternura ou fraternidade. Mas os amigos me lembravam de meu erro.
Achei que não havia sobrado amigos. Mas o barulho ensurdecedor que faz ao se sentir o afeto dos que se importavam comigo, mesmo quando eu os afastava, me fez lembrar. E aos poucos lembrei que tinha um coração e de como era bom senti-lo e usa-lo. Lembrei de meus sonhos de menino, de um mundo transformado. Lembrei de paz. Ora paz de menino de ensaiar o fazer a barba no espelho igual o pai, ora paz de homem do abraço no final da tarde. O abraço esperado...
E quando me dei conta, havia o abraço esperado...
Não me tomem por tolo. Pois só um tolo abandona o medo. Mas no meu caso, ele estava presente, e como voz menor. Sequer se ouvia um assovio no vento, do medo de outrora.
Este é o meu tempo neste mundo. Meu tempo.
Os passos firmes no chão. Os cabelos que uma hora ou outra tornam-se brancos, muito mais de preocupações do que mesmo em razão da mordida voraz do tempo, contam minha história, quando emudeço.
A despeito das minhas insistentes afirmações. Para espantar. Para ludibriar e seguir no velho costume de esconder meu coração. Eu sou um homem bom. Eu não faço mais esforço para crer nessa condição. Eu sou.
Não me peçam para ser diferente deste homem bom que lhes estende a mão. É como pedir para que os pássaros parem de cantar ou esperar cair folha a folha tomando nota, das atividades da árvore.
Confie em mim.
Confie em mim quando eu vacilar. Quando eu fizer menção de esconder meu coração como agora...
Esse silêncio que fala em mim. Essa engrenagem que desanda a doer. Essa falta de substância. Como eu gostaria de poder explicar melhor. Mas eu os veria chorar. E isso me faria em definitivo desconfiar das intenções dessa força maior que rege o mundo. Sim, pasmén eu acredito. E percebo na falha humana, na desordem, na mesquinharia, na rudeza dos atos e na impiedosa fala dos que não conseguem deixar os vícios sociais ao largo das questões que verdadeiramente importam a ausência desta força ( receba ela a designação que for).
Tenho sido considerado fraco ou lacônico em razão da escolha que fiz de meu tempo. E como eu gostaria que minha defesa fosse este objeto pulsante que seguro entre as mãos espalmadas.Que salta feroz, como se anunciasse na batida seguinte a despedida.
Amigos... os que me amam. Você se me amar. Se o tempo é o senhor das decisões e me apregoam ser velho antes do que meu coração mostra. Então me respondam sincera e honestamente o que fizeram hoje pelo seu próprio tempo ?
Perderam um dia ?
Ganharam outro ?
Perceberam a passagem do tempo, além do nascer e pór-do-Sol ?
Se hoje a última batida estivesse próxima, talvez ao final desta nova linha, eu lhes digo, partiria com saudade, mas sem um remorso. Voltaria para visitá-los no vento.
Eu estive com vocês, como a muito tempo tenho estado, com alegria aproveitando cada segundo. Cada momento de alegria espontânea, com pessoas que considero meus irmãos. Senão de sangue, como denuncia a cor da pêle, ao menos de espirito como igualmente anuncia o sorriso contente da companhia e a aversão aos preconceitos de toda ordem.
Eu estive com você, para cuja as horas do dia que se segue, ainda se fazem infimas, perto do tanto que eu a amo. E na partida para o trabalho, sou metade, até que ouça novamente sua voz. A despeito da minha em certo momento aborrecer com os mesmo assuntos. É difícil, para quem escondeu o coração por tanto tempo, aprender a falar, mas quando aprende, o "eu te amo", é dito não como virgula, mas como voz unissona do que realmente se carrega nos olhos, boca e mente.
Eu estive comigo, em meu trabalho, com as dificuldades e alegrias. E me entristeci por ainda não ter conseguido mostrar o quanto eu realmente me importo.
Eu fui hoje o que eu deveria ser.
Se hoje como apregoam o tempo pesa. Ouçam a oração que faço pelo meu coração, pois perdôo a ignorância de vocês. Perdôo a maledicência e o sorriso que julga. Perdôo o abraço frio. De mim vocês só terão o melhor, pois a despeito do que dizem eu sou um homem bom, e é tudo o que eu devo ser para igualmente realizar um bom caminho protegendo o que considero um presente da vida.



20.10.10

Quando Neruda pela manhã e tarde leu meu coração a respeito de Milu


Se não fosse porque têm cor-de-lua teus olhos,
de dia com argila, com trabalho, com fogo,
e aprisionada tens a agilidade do ar,
se nao fosse porque uma semana és de âmbar.

se não fosse porque és o momento amarelo
em que o outono sobe pelas trepadeiras
e és ainda o pão que a lua fragrante
elabora passeando sua farinha pelo céu,

oh, bem amada, eu nao te amaria !
Em teu abraço eu abraço o que existe,
a areia, o tempo, a árvore da chuva,

e tudo vive para que eu viva:
sem ir tão longe posso ver tudo:
vejo em tua vida todo o vivente.

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Não estejas longe de mim um só dia, porque como,
porque, não sei dize-lo, é comprido o dia,
e te estarei esperando como nas estações
quando em alguma parte dormitaram os trens.


Não te vás por uma hora porque então
nessa hora se juntam as gotas do desvelo
e talvez toda a fumaça que anda buscando casa
venha matar ainda meu coração perdido.


Ai que não se quebrante tua silhueta na areia,
ai que não voem tuas pálpebras na ausência:
não te vás por um minuto, bem amada,


porque nesse minuto terás ido tão longe
que eu cruzarei toda a terra perguntando
se voltarás ou se me deixarás morrendo.

19.10.10

The Choice


A ESCOLHA

O intelecto do homem está obrigado a optar:

a perfeição da vida ou a perfeição do ofício;

Se escolhe a segunda precisa rejeitar

A morada celeste, cego e enfurecido.

Mas quando a história termina, o que há a ser dito?

Com ou sem sorte, deixa suas marcas o açoite:

A velha perplexidade, o bolso vazio,

A vaidade do dia, o remorso da noite.



(The Winding Stair and other Poems, William B. Yeats 1933)

Hey !



Não. Definitivamente não. Estou velho para a comiseração pública. E de modo geral acostumado a lamber minhas feridas sozinho. Mas eu ainda sou humano. E cheio de erros. Talvez numa outra situação certas coisas não fossem tão ofensivas. Se importar demais... esse é meu mal humanamente explicavel. Também não beira minha preocupação as raias do fervor religioso. Tão pouco espero ver meus esforços plenamente reconhecidos. Mas tem horas que o sangue entra em ebulição e uma lágrima amarga insiste em pesar e entristecer o coração.
Viver de facilidade em facilidade deve ser delicioso. Seria um tolo se não quisesse algo assim. E tolo eu já fui em outras situações. Mas não nessa. Não o bem em si ou a capacidade de exercitar ao modo bonus fumus iuris uma conquista ainda a frente. Simplesmente poder sorrir contente com o que se faz é a recompensa digna de qualquer esforço.
Quem não deseja ser amado ?
Quem não deseja ser aceito ?
E acima de tudo quem o consegue ?
Um olhar arrevezado, uma palavra mais rispida e põe-se a perder a razão. Ou como bem apropriadamente diz o ditado : "a medida que a confusão avança, a verdade recua".
A realidade é que tudo o que eu considero importante para ser feliz eu já tenho próximo a mim. Presente da vida. Vida que insiste em me desafiar e por obstaculos no meu caminho.
Eu estou lutando. Com todas as minhas forças. E quando a força falhar, segure minha mão todos vocês que sincera e honestamente gostam de mim. Porque eu tenho procurado fazer a minha parte.
A minha perspectiva é ao longo desses três anos ter partido do zero. Ninguém acreditava. Era na visão de muitos um capricho passageiro. E quantas vezes eu mesmo não me contorci em desespero e lágrimas. Quem se rasga em elogios para essa ou outra capacidade que eu demonstre, se visse o quadro geral e não o resultado final (ou em produção), se espantaria com certeza. Eu tenho tanto medo. Mas resolvi enfrenta-los a todos...
Medo da solidão.
Medo de falhar com quem confia em mim.
Medo da ingratidão.
Medo de ficar perdido novamente, dando voltas em torno de mim mesmo, sem uma mão amiga para dizer : "hey ! não desista, pare de tando drama!".
Porque sou humano, vou falhar, vou sofrer com ingratidão, vou me perder e me sentir tão sozinho que eu sequer tenho forças para sorrir. E tudo de força que me reste talvez seja simplesmente fitar os olhos de quem eu realmente amo e prezo e pedir um pouco de colo, não porque sou fraco ou desesperado por atenção, mas simplesmente porque preciso descansar, para ter forças e continuar...
E meu deus. As vezes eu estou tão triste. O coração bate tão fora de ritmo que eu penso que a proxima batida será propriamente a final. Mas eu não sou fraco para desistir... ou pelo menos não mais. Jurei fidelidade a este compromisso anterior a todo este tempo. Jurei fidelidade aquele pacto pela minha vida a 3 anos atrás. Eu não posso viver a sombra ou pela comparação com o sucesso pessoal dos outros. Os outros não tem o meu coração. E eu aprendi a gostar desse meu verdadeiro coração. Um coração que não pede nada além de respeito e carinho se assim se sentirem a vontade para demonstrar tais intenções. Esse coração conquistará o mundo com toda certeza, se conquistar a confiança de quem ele tanto ama. E ama por inteiro.
É tão difícil. E encarando essa dificuldade como causa mater e eternamente presente numa alma inquieta, tortuoso é o meu caminho a frente, mas não menos esperançoso do que o dia que se encerra e sede lugar a outro...
Nos meus lábios a palavra morta e renascendo...

" - Saudade."

17.10.10

Pausa para... "just business"


"- Vou fazer uma oferta que ele não poderá recusar."

" - Qual ?"

" ... " (silêncio dramatico e mexer de mãos)

" - Dois hamburgeres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles no pão com gergelim."

Pausa para uma causa social

As viagens do agora famoso astronauta resoluto


3 ...


2 ...


1 ...

0 ...

Ignition !

Barulho e borboletas no estômago. O que é que eu estou fazendo aqui ?!

11.10.10

Conselho



Encontre algo verdadeiramente importante, lute e mantenha seu coração nisto.
Acima de qualquer outra coisa faça com que ela sorria. Que seja um sorriso sincero.
Seja forte e firme quando preciso, mas tenha uma mão sempre estendida e o coração disposto a perdoar.
Tenha fé.
1 vez...
2 vezes...
1 milhão de vezes... use este nosso coração.
Seja agradecido pelas vezes em que ele bate apressado e atento as mudanças. Faça-o nosso fiel da balança, para que nunca possamos perder de vista o que verdadeiramente devemos proteger...


Move !

Segunda-feira... verdades finais da tempestade (abrindo o guarda-chuva para a próxima)



11.9.10

Pensamento


Caminhamos.
Conosco o dia,sol a pino, as nuvens e tropeços.
Caminhamos.
Conosco o dia,o sol se pondo, as nuvens e sorrisos.
Caminhamos. Paramos.
Conosco a tarde, o sol que se vai, as primeiras estrelas e sonhos em desfile nos olhos que se cruzam.
Caminho. Em torno de você. As voltas com meus tropeços e seus sorrisos.
Conosco a noite,a Lua e todas as estrelas que insistem em disputar a atenção.
Caminhamos.
Comigo, um sorriso de menino, a noite, a Lua e as estrelas que acalmaram a vaidade,
mas que ainda assim aproximam-se cada vez mais do chão para tentar entender o que lhes tirou o fiel observador.
Caminhamos. Paramos.
Consigo, um doce abraço que me oferta e sentir, sentidos e sentimentos levo comigo.
Caminho.
Comigo, a noite, o mundo e tudo que não ficou com você naquele longo abraço.
Caminho.
Comigo saudade, consigo saudade, conosco felicidade.

5.9.10

Pausa para os reclames comerciais - "Ah ! o futuro..."

A vida em Technicolor


Estou desastrado. Não é que eu seja...
Desajeitado...
Desarmado.
Completamente desarmado. Toda vez que nos encontramos pelos corredores ou passeamos pela praça, eu tomo consciência de algo:

" - Ela me faz feliz. Feliz de verdade."

" - Tudo o que eu quero é ser forte o suficiente para fazer o mesmo por você..."

Eu posso até tropeçar ou dar de cabeça na placa a frente. Mas por você eu levanto e sigo em frente.
A vida que eu vejo através daqueles olhos fascinantes, de um âmbar único não poderia ser diferente. É cheia de cores...