24.10.10

Um motivo para sorrir


"Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa."

Carlos Drummond de Andrade

Vintage Fuck Yeah !

Wanted dead or alive

Pausa para um concurso cultural

23.10.10

Pausa para um comentário sagaz e elucidador do momento atual


Cara !

Smiling dog


Sai para correr esta manhã. Seguido de perto pelos problemas.
Pelo caminho vi um cachorro que sorriu para mim.

Táxi Driver


- You talkin' to me ?

- You talkin' to me ?

- You talkin' to me ?

- Then who the hell else are you talkin' to ?

- You talkin' to me? Well I'm the only one here.

- Who the fuck do you think you're talking to ?

Pausa para uma charge

Uma oração pelo meu coração


Não lhes posso tirar a razão...
Quando paro e penso sobre o que tinha no peito. O que de verdade carregava comigo... tristeza e saudade.
Mas tenho vivido tempos bons. Eu não confiava muito nas pessoas. Sempre achava que encontrariam um jeito maluco de me magoar ou de simplesmente colocarem seus próprios interesses acima dos meus ( o que não é lá de todo incompreensível). Mas... eu realmente amo esses que enxergam em mim além da carne, cor e sonhos. Os que sinceramente acreditam em mim, quando eu mesmo já não tenho forças. E pasmén... eu tantas vezes me encontro perdido.
Meu norte é o coração. E quando dói eu o escondo no mais profundo vale. Eu escondo meu coração do mundo. E faço cara de poucos amigos (ou amigo nenhum). E mostro os dentes em momentos de coléra. E escondo esse coração no mais profundo lago das lágrimas que eu já derramei ( e tantas outras ainda virão).
Eu estou perdido sabia ?
Eu sempre achei que não conseguia muito me encontrar na vida. E aqui e ali fui só fazendo o mais simples e verdadeiro. Vivendo.
Algumas vezes, sem porto. Outras caminhando sem rumo e por vezes, rodopiando no mesmo lugar em sentido horário. Mas eu realmente nunca parei. Sempre procurei... acabei procurando meu coração que eu escondi do mundo e de mim mesmo.
Já pensei tê-lo encontrado em dias de chuva, quando a cidade corria apressada e eu caminhava ao sabor do dia que passava. Rumo a uma forte gripe pelo fim de semana.
Já pensei tê-lo encontrado no meu trabalho, fosse qual fosse designação que este assumia e em razão de qual fosse o novo pronome de tratamento a ser utilizado : "Vossa excelência data máxima vênia" ( o meu favorito).
E já pensei ter encontrado em amores pelo caminho. Mas é dificil amar sem um coração (acreditem !).
E procurei vocês.
Quando desisti do meu coração procurei vocês.
Quando o desespero, como de criança que segura os dedos dos pais em noite de chuva se avizinhava, eu procurava vocês, sem o meu coração.
E de tanto procurar eu enfraqueci, esqueci por qual nome chamar minha liberdade e o calor do carinho. E ambos coração e amor se viram perdidos em mim.
Achei que não havia sobrado bondade. Mas os amigos me lembravam de meu erro. Fui encontrado.
Achei que não havia sobrado ternura ou fraternidade. Mas os amigos me lembravam de meu erro.
Achei que não havia sobrado amigos. Mas o barulho ensurdecedor que faz ao se sentir o afeto dos que se importavam comigo, mesmo quando eu os afastava, me fez lembrar. E aos poucos lembrei que tinha um coração e de como era bom senti-lo e usa-lo. Lembrei de meus sonhos de menino, de um mundo transformado. Lembrei de paz. Ora paz de menino de ensaiar o fazer a barba no espelho igual o pai, ora paz de homem do abraço no final da tarde. O abraço esperado...
E quando me dei conta, havia o abraço esperado...
Não me tomem por tolo. Pois só um tolo abandona o medo. Mas no meu caso, ele estava presente, e como voz menor. Sequer se ouvia um assovio no vento, do medo de outrora.
Este é o meu tempo neste mundo. Meu tempo.
Os passos firmes no chão. Os cabelos que uma hora ou outra tornam-se brancos, muito mais de preocupações do que mesmo em razão da mordida voraz do tempo, contam minha história, quando emudeço.
A despeito das minhas insistentes afirmações. Para espantar. Para ludibriar e seguir no velho costume de esconder meu coração. Eu sou um homem bom. Eu não faço mais esforço para crer nessa condição. Eu sou.
Não me peçam para ser diferente deste homem bom que lhes estende a mão. É como pedir para que os pássaros parem de cantar ou esperar cair folha a folha tomando nota, das atividades da árvore.
Confie em mim.
Confie em mim quando eu vacilar. Quando eu fizer menção de esconder meu coração como agora...
Esse silêncio que fala em mim. Essa engrenagem que desanda a doer. Essa falta de substância. Como eu gostaria de poder explicar melhor. Mas eu os veria chorar. E isso me faria em definitivo desconfiar das intenções dessa força maior que rege o mundo. Sim, pasmén eu acredito. E percebo na falha humana, na desordem, na mesquinharia, na rudeza dos atos e na impiedosa fala dos que não conseguem deixar os vícios sociais ao largo das questões que verdadeiramente importam a ausência desta força ( receba ela a designação que for).
Tenho sido considerado fraco ou lacônico em razão da escolha que fiz de meu tempo. E como eu gostaria que minha defesa fosse este objeto pulsante que seguro entre as mãos espalmadas.Que salta feroz, como se anunciasse na batida seguinte a despedida.
Amigos... os que me amam. Você se me amar. Se o tempo é o senhor das decisões e me apregoam ser velho antes do que meu coração mostra. Então me respondam sincera e honestamente o que fizeram hoje pelo seu próprio tempo ?
Perderam um dia ?
Ganharam outro ?
Perceberam a passagem do tempo, além do nascer e pór-do-Sol ?
Se hoje a última batida estivesse próxima, talvez ao final desta nova linha, eu lhes digo, partiria com saudade, mas sem um remorso. Voltaria para visitá-los no vento.
Eu estive com vocês, como a muito tempo tenho estado, com alegria aproveitando cada segundo. Cada momento de alegria espontânea, com pessoas que considero meus irmãos. Senão de sangue, como denuncia a cor da pêle, ao menos de espirito como igualmente anuncia o sorriso contente da companhia e a aversão aos preconceitos de toda ordem.
Eu estive com você, para cuja as horas do dia que se segue, ainda se fazem infimas, perto do tanto que eu a amo. E na partida para o trabalho, sou metade, até que ouça novamente sua voz. A despeito da minha em certo momento aborrecer com os mesmo assuntos. É difícil, para quem escondeu o coração por tanto tempo, aprender a falar, mas quando aprende, o "eu te amo", é dito não como virgula, mas como voz unissona do que realmente se carrega nos olhos, boca e mente.
Eu estive comigo, em meu trabalho, com as dificuldades e alegrias. E me entristeci por ainda não ter conseguido mostrar o quanto eu realmente me importo.
Eu fui hoje o que eu deveria ser.
Se hoje como apregoam o tempo pesa. Ouçam a oração que faço pelo meu coração, pois perdôo a ignorância de vocês. Perdôo a maledicência e o sorriso que julga. Perdôo o abraço frio. De mim vocês só terão o melhor, pois a despeito do que dizem eu sou um homem bom, e é tudo o que eu devo ser para igualmente realizar um bom caminho protegendo o que considero um presente da vida.



20.10.10

Quando Neruda pela manhã e tarde leu meu coração a respeito de Milu


Se não fosse porque têm cor-de-lua teus olhos,
de dia com argila, com trabalho, com fogo,
e aprisionada tens a agilidade do ar,
se nao fosse porque uma semana és de âmbar.

se não fosse porque és o momento amarelo
em que o outono sobe pelas trepadeiras
e és ainda o pão que a lua fragrante
elabora passeando sua farinha pelo céu,

oh, bem amada, eu nao te amaria !
Em teu abraço eu abraço o que existe,
a areia, o tempo, a árvore da chuva,

e tudo vive para que eu viva:
sem ir tão longe posso ver tudo:
vejo em tua vida todo o vivente.

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Não estejas longe de mim um só dia, porque como,
porque, não sei dize-lo, é comprido o dia,
e te estarei esperando como nas estações
quando em alguma parte dormitaram os trens.


Não te vás por uma hora porque então
nessa hora se juntam as gotas do desvelo
e talvez toda a fumaça que anda buscando casa
venha matar ainda meu coração perdido.


Ai que não se quebrante tua silhueta na areia,
ai que não voem tuas pálpebras na ausência:
não te vás por um minuto, bem amada,


porque nesse minuto terás ido tão longe
que eu cruzarei toda a terra perguntando
se voltarás ou se me deixarás morrendo.

19.10.10

The Choice


A ESCOLHA

O intelecto do homem está obrigado a optar:

a perfeição da vida ou a perfeição do ofício;

Se escolhe a segunda precisa rejeitar

A morada celeste, cego e enfurecido.

Mas quando a história termina, o que há a ser dito?

Com ou sem sorte, deixa suas marcas o açoite:

A velha perplexidade, o bolso vazio,

A vaidade do dia, o remorso da noite.



(The Winding Stair and other Poems, William B. Yeats 1933)

Hey !



Não. Definitivamente não. Estou velho para a comiseração pública. E de modo geral acostumado a lamber minhas feridas sozinho. Mas eu ainda sou humano. E cheio de erros. Talvez numa outra situação certas coisas não fossem tão ofensivas. Se importar demais... esse é meu mal humanamente explicavel. Também não beira minha preocupação as raias do fervor religioso. Tão pouco espero ver meus esforços plenamente reconhecidos. Mas tem horas que o sangue entra em ebulição e uma lágrima amarga insiste em pesar e entristecer o coração.
Viver de facilidade em facilidade deve ser delicioso. Seria um tolo se não quisesse algo assim. E tolo eu já fui em outras situações. Mas não nessa. Não o bem em si ou a capacidade de exercitar ao modo bonus fumus iuris uma conquista ainda a frente. Simplesmente poder sorrir contente com o que se faz é a recompensa digna de qualquer esforço.
Quem não deseja ser amado ?
Quem não deseja ser aceito ?
E acima de tudo quem o consegue ?
Um olhar arrevezado, uma palavra mais rispida e põe-se a perder a razão. Ou como bem apropriadamente diz o ditado : "a medida que a confusão avança, a verdade recua".
A realidade é que tudo o que eu considero importante para ser feliz eu já tenho próximo a mim. Presente da vida. Vida que insiste em me desafiar e por obstaculos no meu caminho.
Eu estou lutando. Com todas as minhas forças. E quando a força falhar, segure minha mão todos vocês que sincera e honestamente gostam de mim. Porque eu tenho procurado fazer a minha parte.
A minha perspectiva é ao longo desses três anos ter partido do zero. Ninguém acreditava. Era na visão de muitos um capricho passageiro. E quantas vezes eu mesmo não me contorci em desespero e lágrimas. Quem se rasga em elogios para essa ou outra capacidade que eu demonstre, se visse o quadro geral e não o resultado final (ou em produção), se espantaria com certeza. Eu tenho tanto medo. Mas resolvi enfrenta-los a todos...
Medo da solidão.
Medo de falhar com quem confia em mim.
Medo da ingratidão.
Medo de ficar perdido novamente, dando voltas em torno de mim mesmo, sem uma mão amiga para dizer : "hey ! não desista, pare de tando drama!".
Porque sou humano, vou falhar, vou sofrer com ingratidão, vou me perder e me sentir tão sozinho que eu sequer tenho forças para sorrir. E tudo de força que me reste talvez seja simplesmente fitar os olhos de quem eu realmente amo e prezo e pedir um pouco de colo, não porque sou fraco ou desesperado por atenção, mas simplesmente porque preciso descansar, para ter forças e continuar...
E meu deus. As vezes eu estou tão triste. O coração bate tão fora de ritmo que eu penso que a proxima batida será propriamente a final. Mas eu não sou fraco para desistir... ou pelo menos não mais. Jurei fidelidade a este compromisso anterior a todo este tempo. Jurei fidelidade aquele pacto pela minha vida a 3 anos atrás. Eu não posso viver a sombra ou pela comparação com o sucesso pessoal dos outros. Os outros não tem o meu coração. E eu aprendi a gostar desse meu verdadeiro coração. Um coração que não pede nada além de respeito e carinho se assim se sentirem a vontade para demonstrar tais intenções. Esse coração conquistará o mundo com toda certeza, se conquistar a confiança de quem ele tanto ama. E ama por inteiro.
É tão difícil. E encarando essa dificuldade como causa mater e eternamente presente numa alma inquieta, tortuoso é o meu caminho a frente, mas não menos esperançoso do que o dia que se encerra e sede lugar a outro...
Nos meus lábios a palavra morta e renascendo...

" - Saudade."

17.10.10

Pausa para... "just business"


"- Vou fazer uma oferta que ele não poderá recusar."

" - Qual ?"

" ... " (silêncio dramatico e mexer de mãos)

" - Dois hamburgeres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles no pão com gergelim."

Pausa para uma causa social

As viagens do agora famoso astronauta resoluto


3 ...


2 ...


1 ...

0 ...

Ignition !

Barulho e borboletas no estômago. O que é que eu estou fazendo aqui ?!

11.10.10

Conselho



Encontre algo verdadeiramente importante, lute e mantenha seu coração nisto.
Acima de qualquer outra coisa faça com que ela sorria. Que seja um sorriso sincero.
Seja forte e firme quando preciso, mas tenha uma mão sempre estendida e o coração disposto a perdoar.
Tenha fé.
1 vez...
2 vezes...
1 milhão de vezes... use este nosso coração.
Seja agradecido pelas vezes em que ele bate apressado e atento as mudanças. Faça-o nosso fiel da balança, para que nunca possamos perder de vista o que verdadeiramente devemos proteger...


Move !

Segunda-feira... verdades finais da tempestade (abrindo o guarda-chuva para a próxima)