2.11.10

Over there



"Não tenho lágrimas o suficiente para dizer o quanto dói isto."
De modo geral é esse o primeiro pensamento que passa pela minha cabeça, quando me deparo com alguma situação maior do que as minhas forças. Não sou alguém metódico ou um hábil estrategista. De modo geral estabeleço um desafio para comigo mesmo e tento alcançar o objetivo final quando este se mostra bom. E sim, quando existe um problema no percurso, eu me questiono sobre como isso me abalará. E sim, as vezes descubro em mim a falta de lágrimas para expressar o quanto a dor é profunda. O diferente destes últimos anos é a tentativa. As lágrimas podem até não atingir a real dimensão de como eu me sinto, mas elas não mais se ausentam...
Quando um problema tem forma, rosto, dimensão que o seja, pode até ser que não seja superado, mas ao menos dá a chance de um combate aberto. E eu por mais que não busque confrontos, jamais me desviei de um problema. Quando o problema é na alma alheia o que fazer ? O que fazer ? Como fazer ? Brigar ? Chorar ?
A ausência...
De tantos questionamentos. Só me restou a profunda certeza. Resoluto.
"Não tenho lágrimas o suficiente para dizer o quanto sua ausência doeria."
Na alma alheia, este preconceito que entorpece os sentidos, turva o carinho, cria distancias e caminhos errôneos não permanecerá, visto que tenho lágrimas (e sorrisos) suficientes para fazer peso em toda a criação.
Em mim existem agora todas as idades. Sou criança brincando de ser dono da rua, correndo em volta dela. Sou homem agitando uma bandeira tremulando ao vento dos desafios a frente. E a noite (e que seja noite para esse medo), sou um sábio que viveu 1.000 anos e não encontrou maior motivo para a existência do que ver a mulher amada em sono tranquilo. E o coração que deveria ecoar pelo quarto o som final da última batida, permanece...
"Não tendo lágrimas o suficiente para dizer o quanto eu te amo, permaneço mais um dia e vejo em você minha manhã. E o medo se foi. E a lágrima única que escorre pela minha face é de felicidade que o coração já denunciava. "
Por mais que ninguém note. Por mais que o preconceito jamais se desfaça. Por mais que todas as lágrimas não bastem, uma única, rolando a face, seguida de um sorriso terá a capacidade de dizer tudo.

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