12.11.09

Blues is the teacher, punk is the preacher




11.11.09

"Dez"



Mais um dia de mostra de cinema e mais um dia em que me confesso plenamente satisfeito com este projeto.
A cereja do bolo foi a discussão caminhar até onde averiguada as necessidades do mundo feminino em contraposição ao masculino, o questionamento que eu mesmo queria levar adiante da necessidade de se reinterpretar a figura do "édipo rei" sob uma lógica do sexo feminino. Ou como acertadamente foi comentado, da necessidade de justificar erros crasos da postura masculina, agora assimilados pelas mulheres.
O filme é genial. Com seus dialogos no ritmo da improvisação que enganam fazendo parecer que é um documentário.
Até o momento consegui trabalhar a perspectiva das necessidades de novas discussões, ou ainda rever elementos que gostaria que fossem postos em cheque no curso.
Estou satisfeito. Quero acreditar que ainda muita coisa boa, virá nas próximas apresentações...

9.11.09

Promises


Segundo dia da mostra. Alguns problemas com a coloração da legenda (em azul não ficou bom), o documentário produziu uma discussão excelente.
Mantendo-se este ambiente saudavel e respeitoso de conversas, acredito cada vez mais, ver criado o cenário para o nascimento de muitos outros projetos.
A temática do filme esta relacionada não só ao religioso, mas ao economico, ao social, psicologico (no conflito entre o mundo adulto e o mundo da criança), ao histórico e que bom isto não passou despercebido.

8.11.09

A turba


Alguém por gentileza me encontre uma poça de água fresquinha ainda que suja, para eu me sentar e esquecer tudo o que aprendo, descartar toda a luta neste país pela liberdade.
Como se já não fosse altamente frustrante o episódio da instituição de ensino superior que deixou que a massa decidi-se o destino de uma aluna regularmente inscrita como parte integrante do corpo acadêmico daquela faculdade, impedindo o livre trânsito da pobre moça pelos corredores da instituição. Agora parece que é a mesma massa, ainda aos gritos de "estupra ! estupra !" que pede e é satisfeita na expulsão da jovem.
Moral torpe. Desvirtuada. Fanática. Na contramão de tudo o que deve ser o ensino superior. A culpabilidade , se é que ela sequer existe, pois se existe é tão fruto do descaso educacional, quanto da lógica de consumo exarcebado, é posta totalmente no individuo. Regras não claras, a mercê da autocracia de momento de uns debilóides, que sufragaram não a liberdade de expressão, em um ambiente condizente com o respeito mas a ojeriza preconceituosa de quem busca única e exclusivamente no fim venal a formação. Respeito é em primeira e última análise antes de tudo conviver com o diferente. Ainda que diametralmente diferente.
O exagero de masculinizar toda ação feminina para que seja respeitada é de um tom aviltante e horrível. Nem como piada se explica. Uma coisa é rir da piada, verificando a intenção do "animus jocandi"outra coisa diferente é dar crédito a um exagero da realidade e ver nisto um espelho dessa mesma realidade.
O bem estar efetivo de meramente frequentar a sala de aula de um curso superior sem pensar nas implicações de cada ato, de cada momento naquela comunidade, é agir como um automato. É esperar que a mera transmissão de conhecimento, e o saque final em uma ou muitas provas lhe conceda um espirito maior e melhor(aos moldes da educação bancária comentada por Paulo Freire) .
Tola mentira...
Torpe venda da realidade...
A educação não esta em luto. Mas saiu para dançar, num vestido mais curto ainda do que o da moça.
Cuidado !
Palas Atenas ! Cuidado ao desfilar com os joelhos a mostra ! Não te esqueça da lança e do escudo.
A turba moralizante gritará, perseguirá e te fará a justiça, que a eles mesmo é negada...
Triste espetaculo. Triste papel destes educadores, que se rendem passivos a esta decisão. Triste posicionamento dos colegas desta moça que se ausentam de opinião ou enxergam no episódio um acontecimento infeliz mas pontual e passível de esquecimento.
Ainda que sentado em minha poça fria. De água tão turva quanto a visão desses novos jacobinos sem bandeira, nem partido, nem pátria. Ainda estou vivo. Tão vivo quantos os moradores da casa dos mortos.
Onde esta a loucura ?
Onde esta a sanidade ?
O que virá depois ? Denuncismo ? Marcha com deus e pela família ? Censura ?
Lembrei-me do "poema em linha reta".Talvez este seja o soco que não devemos desviar, e efetivamente bradar que não somos principes na terra, todos os dias até que se reestabeleça a liberdade de ir, vir e permanecer desta jovem. Devemos receber pronto, em cheio, obtuso em plena face este tapa. Talvez lembremos da dor. Talvez a lágrima escorrendo, sem ser um efeito televisivo, lembre a todos da emoção. Emoção sem espetaculo. Humana emoção que não gere a expectativa dos créditos finais subindo.






O documentário a que me referi, "A casa dos mortos", é sobre a luta contra o regime manicomial. judicial. Vale a pena assisti-lo. Coloquei aqui a sua versão integral para uma reflexão sobre o espirito humano. Gostaria de ter feito referência a ele num outro contexto, tanto quanto espero discutir meu país para longe de situações vexatórias como esta.

7.11.09

простой человек



Forget your lust, for the rich man's gold.
All that you need, is in your soul.



Quiriquiriquiriquiriiiiiii !



Não tem nada melhor do que a crise pá !
Não temos dinheiro, nem propostas, portanto não podem nós cobrar nada pá !
E o povo pá ?!






4.11.09

Stand Up & Shout !


"De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estamos começando; a certeza de que é preciso continuar e a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda, um passo de dança. Do medo, uma escada. Do sonho, uma ponte. Da procura, um encontro!" (Fernando Sabino)

Huhauhauh por mais que argumente e deixe "enxuto" o discurso, a minha visão utopica da vida acadêmica ainda passa em muito pela do "Club dos Cafajestes" ...







Atraves das Oliveiras


Hoje iniciou-se o ciclo de filmes do projeto da mostra de cinema. Existe uma dificuldade propria da realidade do curso que só pode ser superada com muita briga. E não no nível particular. Considero esta uma vitoria do espirito de carater mais simplista, mas de importancia colossal. Não desistir. Tirar proveito das derrotas e voltar a carga. Mas esta é uma questão de vários pontos e complexa. De dificil execução, mas não beira nem de perto o campo do impossivel.
Voltando ao filme, a escolha fora feita tomando como base a analise do mundo feminino face à tradição. Outros pontos aparecem quando aguça-se a percepção tomando como ponto de partida a cultura oriental, a construção do "selvagem" (lembrando Strauss, falecido), a dicotomia entre campo e cidade, as diferenças sociais pautadas pelo economico e acima de tudo , e aí puxo a sardinha para o campo historico, a convivência harmoniosa ou conflituosa dos diversos tempos.
A liberdade, a autonomia e a dinâmica com a realidade por parte das personagens femininas surpreende o mais desavisado face aos preconceitos que se tem em relação à dominação no mundo arabe. Não se constroi, ou melhor dizendo descontroi a figura feminina na personagem Shiva, atribuindo-lhe o carater masculinizado para se fazer valer sua vontade e sua determinação ao cobrar os atores do elenco, ou mesmo a liberdade com que dá palpites nesta escalação de "naturais" do local.
Outro ponto interessante é a ausência da trilha sonora, deixando o conflito humano em evidência, mais do que se houvesse um som que imageticamente conduzisse à uma emoção. A todos nós acostumados, aos barulhos, explosões e condução pelo som a um estado emocional, surpreende, e convida à um olhar aguçado e atento. Não é desinteressante se em primeiro lugar, aceita-se a proposta de olhar o mundo por uma outra perspectiva.
O cenario majestoso atua como personagem também, todavia sem que se faça qualquer menção ao determinismo para definir a physique du rôle dos personagens e suas interações.
Por último, para não estragar as doces surpresas deste filme, recomendo atenção ao dialogo de Hussein para conquistar seu amor, sempre evocar o tradicional, enquanto o silêncio que não traz a resposta pesa no ambiente. A visão é mesmo a dos tempos simultaneos.

2.11.09

Conselhos para ninar o filho que ainda não veio


Não recue...
Não minta para si mesmo. Não prejudique os outros.
Não diga nada que não seja a verdade que guarde no seu coração. Palavras são tesouros. Muitas vezes tomam a forma de pão e alimentam pela primeira vez os sonhos de outros...
Eu ainda não sei. Só estou divagando e sendo o mais correto com o que falo e penso.
Eu não sei se enlouqueci de fato ou se os golpes são tantos que eu parei de senti-los da mesma forma.
Só sei que estou em pé. Da melhor forma que consigo. Não é justo que me peçam mais. Mas justiça também não passa de uma ilusão neste caso em especial...
O caso de todos os dias ter que brigar.
Como não doer quando lhe acusam de mesquinharias ou de patifarias ou ainda de ser menos do que de fato é...
É justo que te perguntem entre sorrisos amarelos : "quem é você ?".
É justo que ao revelar, ainda assim não se encerre nessa primeira vez esta apresentação, pelo contrario ela seja todos os dias tomada a contento como sabatina ?
"Quem é você ?"
Cuidado com o que lhe roubam, furtam não na calada da noite, mas no mais esplendoroso dia. Naquele dia em que a luz te cega não porque é de fato ofuscante, mas sim porque para não ver o mal maior você assim a percebe. Luz cega tanto quanto a escuridão.
"(...)para não ver o mal maior..." , mesmo essa frase carrega a contradição que entorpece os sentidos. Não é só o mal maior a ser evitado, é também na busca de um bem que os homens se perdem.
Cuidado com a necessidade de realizar todos os sonhos. Sonhe. Sonhe ate o infinito, mas não se preocupe em realiza-los como se fosse a sua vida uma linha fabril. Se os sonhos fossem feitos todos para serem realizados e ainda mais por uma só pessoa, não seriam alento das noites de solidão ou refugio tranquilo quando a chuva cai.
Não espere que todas as coisas que saiam da sua boca sejam as mais inteligentes. Que convença a todos pelo olhar penetrante ou aguçada percepção de quão profundo, prolongado e terno deva ser o seu abraço. Agir é a resposta para a maioria das suas inquietações.
Não espere que te digam sobre o certo e o errado e que isso esteja claro todas as vezes.
Não acredite em personagens. Não encarne um para levar vantagem. Não se renda a ideologias que a premissa maior ou o resultado final seja explorar, agredir ou exterminar outras pessoas, não importando o bem que alcance. Corte a propria carne antes de fazê-lo com outros.
Homens, mulheres estão por aí para você chamar de amigos. E alguém para chamar de amor (nem que seja um peixe dourado).
Tenha coração, por você e pelos outros. Alguem deve ter.
Aguente.
Seja forte. Não seja de aço. Os homens não são. As mulheres não são.
Tenha esperança, por você e pelos outros. Alguém deve ter.
Caminhe. E descubra o mundo enquanto os passos se sucedem. Se tiver que correr. Que seja um passo cadenciado que convide outros, e que não se esqueça de olhar para tras e ver se o folego falta a algum dos amigos. Pare. E mesmo quando a energia ainda estiver no alto, tome folego também.
Tenha fé, por você e pelos outros. Alguem deve ter não para se fazer valer de nada que oprima ou diminua os outros porque não são como você. Tenha fé, para que quando as estrelas enfim se apagarem no céu, os olhos, a felicidade, os passos pela rua, os amores de toda uma vida, os amigos e você mesmo ilumine a noite mais densa, e por fim não exista mais motivos para se temer o futuro.