7.11.10

Cumbersome


Ela faz falta.
Ela faz muita falta. Não é uma dependência maluca ou subserviente. Pelo contrário, o ar que a circula inspira tanta liberdade (uma das muitas coisas nela que eu amo). Mas a falta é sentida...
Meu dia está indo assim, caminhando em direção ao seu crepúsculo. Vou assim equilibrando em mim esta vontade de sair correndo, diminuir as distâncias...
" - Oi."
Tenho esse amigo que adora a produção do Paulo Leminsky e para provoca-lo sempre comento que um poeta que não faz muita rima é meio poeta. Idiossincrasia e blasfêmias minhas a parte, eu reconheço onde o tom do Leminsky se aproxima do James Joyce, é assim no silêncio, nas ausências, no ponto final que perturba. O hiato presente nesse dia, entre a espera e o temor do vício só fazem as horas passarem ainda mais devagar.
No final de tudo, as vezes eu complico a vida dela, mas a força que está presente quando estamos juntos é arrebatadora. Sentida na ausência, eco em toda a existência.
Eco em mim, de tudo de bom que faz o dia brilhar. Melhor dizendo, fazendo justiça e para desencargo de consciência, como apropriadamente escreveu Leminsky:

"pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando"

Isso de querer
ser exatamente
aquilo que a
gente é ainda
vai nos levar
além

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