4.11.09

Atraves das Oliveiras


Hoje iniciou-se o ciclo de filmes do projeto da mostra de cinema. Existe uma dificuldade propria da realidade do curso que só pode ser superada com muita briga. E não no nível particular. Considero esta uma vitoria do espirito de carater mais simplista, mas de importancia colossal. Não desistir. Tirar proveito das derrotas e voltar a carga. Mas esta é uma questão de vários pontos e complexa. De dificil execução, mas não beira nem de perto o campo do impossivel.
Voltando ao filme, a escolha fora feita tomando como base a analise do mundo feminino face à tradição. Outros pontos aparecem quando aguça-se a percepção tomando como ponto de partida a cultura oriental, a construção do "selvagem" (lembrando Strauss, falecido), a dicotomia entre campo e cidade, as diferenças sociais pautadas pelo economico e acima de tudo , e aí puxo a sardinha para o campo historico, a convivência harmoniosa ou conflituosa dos diversos tempos.
A liberdade, a autonomia e a dinâmica com a realidade por parte das personagens femininas surpreende o mais desavisado face aos preconceitos que se tem em relação à dominação no mundo arabe. Não se constroi, ou melhor dizendo descontroi a figura feminina na personagem Shiva, atribuindo-lhe o carater masculinizado para se fazer valer sua vontade e sua determinação ao cobrar os atores do elenco, ou mesmo a liberdade com que dá palpites nesta escalação de "naturais" do local.
Outro ponto interessante é a ausência da trilha sonora, deixando o conflito humano em evidência, mais do que se houvesse um som que imageticamente conduzisse à uma emoção. A todos nós acostumados, aos barulhos, explosões e condução pelo som a um estado emocional, surpreende, e convida à um olhar aguçado e atento. Não é desinteressante se em primeiro lugar, aceita-se a proposta de olhar o mundo por uma outra perspectiva.
O cenario majestoso atua como personagem também, todavia sem que se faça qualquer menção ao determinismo para definir a physique du rôle dos personagens e suas interações.
Por último, para não estragar as doces surpresas deste filme, recomendo atenção ao dialogo de Hussein para conquistar seu amor, sempre evocar o tradicional, enquanto o silêncio que não traz a resposta pesa no ambiente. A visão é mesmo a dos tempos simultaneos.

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