9.1.11

Medo do escuro


Tenho medo. Medo do escuro. Medo da morte. Medo do medo.
Mas enfrento o medo. Voz empostada, cara de poucos amigos. Medo.
Enfrento esse deserto que as vezes se aloja aqui, nesse espaço indistinto do que é alma e do que é coração. Do que sou eu.
Mas ainda assim tenho medo...
Da morte. Do fim. E dos começos.
Tenho medo de ter esperança.
Mas quando enfrento este medo, guardo comigo essa fagulha de vida entre os dedos e me aqueço a noite. E o deserto já não é tão frio.
Tenho medo das pessoas. Medo do medo.
Quando enfrentei esse medo me descobri a pessoa mais feliz do mundo. Mas não venci o medo. Descobri que acima do deserto, havia uma estrela, brilhante, sorridente. Não me perdi em mim, pelo contrário descobri que a estrela apontava tantos caminhos e sonhos. Não venci o medo. Só me descobri amado o suficiente para dormir de luz apagada.

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