3.2.10

Here comes the Sun


Não existe e nem nunca existiu para quem ama a saudade no passado. Isso é uma ilusão, criada pelo controle. A real saudade no coração é aquela do que nem aconteceu, porque choveu, a vida ficou depressa demais ou a voz não chegou aos ouvidos enquanto os olhos bailavam numa dança silênciosa, anunciando ao mundo que a felicidade não é uma palavra esquecida.
Que tristeza, ameaça ou solidão roubariam de mim impunemente o que nem conseguem alcançar ? Pois é nessa condição acima das nuvens e do mundo que não acredita, em que eu coloco esse carinho único. Como única é a pessoa.
Ninguem me dirá nada dessa saudade, porque o que poderiam dizer jamais alcançaria os dias que deixaram de acontecer ou jamais chegaram. Os bons e os nem tão bons assim. Ainda que pela companhia jamais deixariam de terem sido todos especiais.
Essa saudade é do dia frio e do abraço que aconchega, quando a chuva chegar. É a da noite de estrelas tão altas, e ainda assim próximas desvendando a felicidade na terra, que basta estender as mãos (minhas e suas), para descobrir todos os segredos do universo. A saudade do beijo que pararia a lágrima.
O momento futuro da saudade presente.
Então não me digam uma vírgula de maldade sobre quem me deu tanta paz e felicidade. Pois nesse futuro que para o coração é passado imperfeito, mas nunca egoísta o suficiente para se prender aos grilhões do cotidiano, a mais harmoniosa ordem existe na lembrança que se não para a lágrima, ao menos conforta a solidão.




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